Nicotina, em tempos de caos. Alivia, aconchega,
desperta e num instante te rouba. Um furto de forma atroz,
considerada pelos céticos, obviamente.
Mas é de uma bipolaridade sem fim, anseio,
sofro, desgasto, entro em êxtase e por meio denuncio o saque.
Há quem diga que seja a falta de
reconhecer o criminoso como um vício assumido, porém, ah... Os céticos! Perdemos nossos maiores bens a essa ação “cruel” e não
consideramos jogo encerrado, que por fim quem vence é o famoso desapego recôndito.
Porém por se tratar de palavras
complexas e bipolares, assumo e considero sim meu vício, que tento me nutrir
dessa droga ao menos uma vez a cada 7 dias, que no encontro, a vontade
domina cada centímetro desse meu sustento de carne e osso. E num instante estou enrolada em seus cachos
de ouro, admirando em silencio e deparando-me a esse lago de ilusões azul, azul infinito.
Nicotina, suor, sua, cotidiana.
Preciso e me recuso a precisar, entrego-me
e tento não me jogar. Será meu vício enquanto durar.
Conscientemente.
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