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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Por toda minha vida imortal

A sensação que tive foi de ter revelado aquilo que me contém além de meus defeitos visíveis.
Arranquei essa estaca que me aprisionou por muito tempo, onde só evidenciou o lado doloroso e perturbador.

Não tive visão, não tive vida... Não tive escolha.
Descobri que qualquer ato, qualquer parte para onde eu olhasse, e existisse vida, poderia servir-me de inspiração.
Sentimentos me despertaram, porém não sabia o nome dos mesmos.

Foi inusitado, nada premeditado, afoguei-me em faiscas e o gelo raspado que bailava através da minha face, cortado em milhões de pedacinhos, entre minhas "mãos", transparecia vida, fôlego... 
Um fôlego forte que me deixará durante anos submerso sem poder me despertar.
E seus olhos... 
Ah, deusa de pele límpida e branca como essa neve que mistura-se com essa água, denominada lágrimas, que descem pelo meu rosto, cortado, em carne, e que expressa dor.

Por alguns segundos senti-me incluso, com ar, com vida.
Mas passaram-se o mesmo, e dei-me conta de que tudo não passou de uma cena vivida, e de curto tempo.
Que por sinal, ficará guardada por toda minha vida imortal.
domingo, 25 de setembro de 2011

Não existo

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

Fernando Pessoa
quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Deixe Implícito

Ter uma vontade insaciável de poder ter acesso aos pensamentos alheios sempre me pega, tão pouco cedo passa. Querer saber ali, o que está guardado na gaveta 34, fileira 3 na letra X, todos as lembranças, observações e possíveis dizeres sobre sua personalidade. E tudo isso não passa de suposições, apenas isso, suposições.

Nada é concreto ou tão verdadeiro quanto o real, mas é totalmente aceito e entendido, pois cada um faz a releitura de um individuo que bem lhe parecer conveniente.
Isso poderia ser expresso de uma forma explícita, poderia ser visível e de livre acesso.


 







Porém logo vem a graça, tem a simples curiosidade do que o outro distante ou mais perto acha de ti, sem ao menos saber o sua verdadeira escritura.
 

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